terça-feira, 12 de abril de 2011

U2 - HISTÓRICO



Por quase um dia fiquei pensando em como começar esta conversa. Qual a melhor forma de reabrir o pub? Qual a melhor bebida oferecer? Por enquanto, ainda não sei. A única coisa certa é o meu tema... U2!

Provavelmente, ainda estou inebriado, em estado de êxtase, ou, melhor dizendo, na ressaca de um dos eventos mais marcantes que eu já presenciei. Tenho pra mim que somos eternos colecionadores de memórias. Colhemos todas para levarmos a algum lugar junto com o espírito após a morte. E talvez, o dia 10 de Abril esteja registrado nesta velha, mas boa memória com seus miolos e neurônios estragados e cheios de rock'n roll. Desde a atmosfera da chegada ao estádio do Morumbi até o ultimo acorde de Edge, Bono, Larry e Adam tudo parecia um outro planeta, uma viagem a outro planeta onde "as ruas não tinham nomes" - desculpe o trocadilho. Tudo era muito harmônico, grandioso... e o som... sim, não só a palavra monossilábica, mas, sim, a rajada de ondas abstratas desenvolvidas pelas guitarras de The Edge, as linhas simples e bem elaboradas de Adam, a levada de Larry, empolgante e a velha e calejada voz do senhor Paul Hewson, ou apenas Bono.

Em todo o meu tempo gasto com esta arte provida do sentido do som e que alimenta todos os outros sentidos, posso dizer que o U2 ainda não virou um Mito, pois ainda estão vivos. Mas, com toda a certeza, digo que os irlandeses dominam o rock atual, vai muito além da limitada visão dos pseudo-intelectuais (agressivos e preconceituosos) e nos traz excelentes surpresas como o Fantástico show dos, também irlandeses, do Muse. E foi exatamente o Muse que me fez ver e acreditar que O ROCK AINDA VIVE, E TERÁ UMA LONGA VIDA.



Um grande lembrança do Show foi ver os olhares impressionados daqueles que não conheciam o trio irlandês que abriu o show de seus heróis (uma das maiores inspirações do Muse são U2 e Radiohead) e se curvaram à técnica Matthew Bellamy com um som apavorante de sua guitarra que percorre desde as músicas fantásticas dos teatros e circos antigos, como as de ninar, até o rock mais pesado, na fronteira com o metal. O Muse fez o que poucos fizeram antes de um show do U2... fazer com que muitos tivessem vontade de ouví-los mais. Era uma onda frenética e muito bem embalada do mais moderno Rock'n Roll melódico e nada soft.



Mas foi às 21:10 que o estádio do Morumbi, comportando mais de 90 mil pessoas explodiu. Ao som de "Space Odity" de David Bowie o Fantastic Four irlandês caminhava para o palco e dava início a uma viagem musical... "What time is in the world?". Even better than the real thing deu início ao show. Mas para este velho coração, uma das musicas que mais marcou a noite foi  "Out of Control", o primeiro single do U2. Aqueles que mais conheciam a banda se emocionaram ao ouví-la... completamente inesperado. Vi lágrimas em I Still haven't found what I looking For, senti a emoção de One, e vibrei com a introdução clássica, um dos mais vibrantes riffs da história do rock'n roll, de Where the Streets Have No Name.


A Clássica Sunday Bloody Sunday também nos levou à guerra na arábia e à história da Irlanda. Beatiful Day pôs um sorriso nos rostos dos espectadores e Vertigo os tirou do chão. Mas a balada With or Without You hipnotizou a platéia, que assim como a própria música, agonizava em memória e explodia em luzes atiradas pelos canhões e pelos globos espelhados no topo da antena. E sim... ví lágrimas também, estas que acompanharam o fim do show com Momente to Surrender, em prol dos pais, mães e irmãs que perderam seus filhos e irmãos em Realengo, no Rio de Janeiro.



Fui testemunha de um show histórico, de uma obra da modernidade e do Rock'n Roll. Isso sim, levarei comigo ao túmulo e beberei uma boa heinenken estirando minhas velhas botas de guerra e escutando Pride - In the Name of Love.

O Velho Joey

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